Casulo

Mais um poeta morto, Laura. Mais um corpo suspenso. As palavras interrompidas na traqueia. Um tiro na cabeça, foi assim. Vazio, vazio. Morrer é tão simples. Morrer é tão fácil. Existir é tentar andar com grilhões de cem quilos nos pés. Existir é tão duro. Me encolho como crisálida nos lençóis, pronta para me tornarContinuar lendo “Casulo”

Por que eu escrevo?

Eu evitei essa pergunta muitas vezes, porque sabia que, para respondê-la, eu teria de retornar ao âmago da infância. Eu sempre li muito. Minha história é também a história dos livros que li: não consigo me lembrar de mim sem um livro na mão. Dentro da infância também houve o silêncio. Um silêncio enorme. AosContinuar lendo “Por que eu escrevo?”

Minha amiga B.

B. era minha melhor amiga. Eu não me lembro do seu rosto. Mas, eu me lembro de seu cabelo crespo trançado, da textura de suas mãos e de como ela parecia pequenina em sua cadeira de rodas. Ela me disse que era paraplégica porque uma tartaruga tinha mordido seu pé na praia. Eu não sabiaContinuar lendo “Minha amiga B.”

MIRAMAR

Publicado originalmente no Medium Eu estou sentada na beira de uma praia fria e vazia. O vento agita os mares ou os mares se agitam com a chuva. É uma praia sem tempo. É o lugar do mar. O lugar sem Tempo no vazio branco do mar. O vazio branco do mar e o cinzaContinuar lendo “MIRAMAR”

MIRAMAR: O álcool no lugar de Deus

Publicado originalmente no Medium Cidade vazia do mar cinza Do céu cinza cidade vazia Miramar Miramar cidade sem tempo Cidade do mar Cidade sem tempo onde Marguerite — mar Toma mais um gole da sua bebida a mar ga Amor ferido O álcool no lugar de Deus Miramar e sua areia de pedras cinzas DoContinuar lendo “MIRAMAR: O álcool no lugar de Deus”