Adio o momento de escrever. Escrevo dentro de mim (pensamentos às vezes escrevem). As palavras no papel precisam esperar essa coisa qualquer germinar primeiro aqui dentro, minha terra úmida de palavras.
A palavra é uma pedra. É duro chegar ao âmago do sentido, entender o que ela precisa dizer, criar. Não é estranho que a palavra emocione? A palavra lavra imagens infinitas. A palavra é ausência incapaz de silêncio.
A palavra me angustia, seduz e espanta, todos os dias. Talvez pareça um exagero, mas a escrita é anterior a tudo. Dessas paixões pelas quais somos capazes de morrer, mas que nos impulsionam à vida. É esse talhar, esse ofício, essa loucura que me mantém viva.